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JOÃO DO VALE recebe homenagem na capa do Google

JOÃO DO VALE recebe homenagem na capa do Google

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João do Vale foi um cantor e compositor pedreirense que introduziu os estilos musicais nordestinos nas comunidades de todo o Brasil. O maranhense do século completaria nesta terça-feira (11), 89 anos se ainda estivesse vivo.

O Doodle comemorativo do Google celebra a data, fazendo lembrar da imensa contribuição cultural de João do Vale, apontado como uma figura fundamental para a história e o cenário musical do País.

O “João Ninguém”, como se referia em uma de suas músicas, se tornou um dos maiores nomes da música brasileira de todos os tempos, uma lenda, uma referência, cuja importância deveria ser repassada para as futuras gerações de Pedreiras.

Felizmente as coisas começam a mudar, e agora, após a construção do Parque João do Vale, já é possível ver crianças falando sobre esse artista, o museu mostra sua história e o trabalho de reconhecimento parece que, enfim, vai tomar um rumo.

Na data de hoje, vários sites dos mais diversos gêneros, seja de notícia, de referências musicais, de tecnologia (por causa da homenagem do Google), se reportaram sobre João.

O artista faleceu em dezembro de 1996, aos 62 anos. Se vivo, ele estaria completando 89 anos nesta terça-feira. A homenagem ao músico é exibida pelo buscador somente para usuários no Brasil.

QUEM FOI JOÃO DO VALE?

João Batista do Vale, mais conhecido como João do Vale, nasceu em Pedreiras, no Maranhão, em 1933. Afrodescendente, ainda jovem, ele enfrentou preconceito ao ser expulso da escola para dar lugar a um aluno de classe alta. Esse acontecimento impactou a forma como ele enxergava o mundo, além de influenciar o trabalho dele. Em seguida, ele teve que vender laranjas em feiras para ajudar a sustentar a própria família.

Aos 13 anos, o artista já compunha músicas para um grupo musical brasileiro. Eles montaram peças chamadas Bumba-Meu-Boi, que retratavam a cultura maranhense através do teatro, da dança e de letras. O envolvimento com o grupo impulsionou a paixão lírica, mas não forneceu dinheiro suficiente para elevar a situação financeira do jovem e dos parentes.

Em busca de melhores oportunidades, ele decidiu viajar para o Rio de Janeiro, onde assumiu trabalhos braçais como mineração de carvão, pedreiro e construção civil. Entre os serviços, ele visitou outras grandes cidades para compartilhar a melodias e poesias que criava.

Influenciado por experiências pessoais e gêneros musicais nordestinos como o baião, Vale escreveu canções sobre pobreza e cultura popular.

No início dos anos 1950, ele finalmente teve a oportunidade de apresentar as próprias criações de ritmos dançantes na Rádio Nacional — emissora que influenciou os gostos musicais dos brasileiros. Como não sabia escrever, João teve que memorizar o próprio trabalho para apresentar as peças.

Os baiões chamaram a atenção dos apresentadores e produtores que atuavam no veículo e então a carreira musical dele decolou. O maranhense começou a trabalhar com artistas que estavam empolgados em ajudá-lo a desenvolver as próprias composições e habilidades de criação, como Chico Buarque.

Cerca de 14 anos depois, o cantor já se apresentava em showrooms que destacavam os ritmos nordestinos para a classe trabalhadora do sul do País. Ele escreveu vários sucessos musicais, criou dois álbuns solo e compôs músicas que popularizaram grandes nomes da indústria. João continuou a criar e compartilhar músicas enraizadas na cultura dele até morrer, em 1996.

Em São Luís, capital maranhense, há um teatro dedicado a ele no Centro Histórico da cidade. Ele também é homenageado na cidade natal, Pedreiras, com um memorial e um parque que leva seu nome.

 

 

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